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quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Doors | The Doors (1967)



Em 1965, os estudantes de cinema da UCLA Jim Morrison e Ray Manzarek decidiram formar uma banda. Robby Krieger e John Densmore se uniram a eles, e assim surgiu uma das mais icônicas e lendárias bandas da história do rock'n'roll, The Doors.

Com uma formação incomum para a maioria das bandas de época, sem a presença de um baixista, o grupo começou a tocar em bares como o London Fog e o Whisky A Go Go. Foi neste último que em 1966 a banda foi vista pelo presidente da Elektra Records, Jac Holzman, que estava lá por recomendação de ninguém mais, ninguém menos que Arthur Lee, do Love. Depois que Holzman e o produtor Paul A. Rothchild viram duas apresentações, o Doors assinou com a gravadora em agosto do mesmo ano. O contrato veio em uma ótima hora, já que logo em seguida a banda foi despedida do Whisky A Go Go. O motivo da demissão foi a versão do poema grego Édipo Rei que Morrison incluiu na música "The End", em que dizia: "Father? Yes, son? I want to kill you. Mother? I want to fuck you." (traduzindo em português claro: "Pai? Sim, filho? Eu quero matar você. Mãe? Eu quero comer você".). Este foi apenas o começo da trajetória de polêmicas do The Doors.

Em janeiro de 67, o disco de estreia da banda, The Doors, foi lançado. Fazem parte dele a grande maioria das canções que eram tocadas nas apresentações no London Fog e no Whisky A Go Go, inclusive "The End". "Light My Fire", o segundo single do álbum, foi um hit do verão daquele ano. 

A banda foi ganhando reputação com suas performances controversas. Os integrantes do Doors eram vistos como verdadeiros artistas, e Jim Morrison era a cara do grupo (fato evidenciado, inclusive, na capa do disco, em que Jim aparece em primeiríssimo plano, enquanto Manzarek, Krieger e Densmore estão acanhadinhos lá no fundo). Com suas calças de couro justas, seu carisma e sua presença de palco, Morrison rapidamente foi alçado não apenas ao posto de líder da banda, mas também de sex symbol, algo que viria a incomodá-lo anos mais tarde.

O fato é que The Doors permanece como um dos mais importantes discos de rock da história. Está entre os 200 Álbuns Definitivos do Rock'n'Roll Hall Of Fame e ocupa a 42a posição na lista dos 500 Melhores Discos de Todos Os Tempos da revista Rolling Stone.




O livro diz que:
O The Doors reuniu uma rica variedade de estilos - incluindo rock, blues, jazz e flamenco. A faixa de abertura, "Break On Through", é um apelo apaixonado à geração psicodélica, enquanto a hipnótica "Soul Kitchen" apresenta mudanças sutis na dinâmica da música, o que se tornaria uma característica do grupo. "The Crystal Ship" mostra o lado crooner de Morrison (Sinatra era um de seus ídolos), em contraste com o trabalho fascinante de Manzarek no teclado. De fato, o The Doors estava tão seguro de sua competência musical que as versões de "Alabama Song", de Brecht/Weill, e do blues "Back Door Man" parecem originais.



Concluindo
Um dos primeiros contatos que eu tive com o rock'n'roll foi ouvindo "Break On Through". Eu tinha uns 12 anos, acho, e posso dizer que foi "amor à primeira ouvida". Tive vontade de saber quem era aquele cantor, que banda era aquela, que outras músicas eles faziam. Em meados dos anos 90, não era tão fácil como é hoje encontrar uma música, um disco ou uma foto de alguém, afinal, a internet aqui no Brasil ainda engatinhava. Mas, um belo dia, eis que cai em minhas mãos um CD emprestado da trilha sonora do filme The Doors, do Oliver Stone. E foi então que eu soube que iria gostar de rock pelo resto da vida.

Pra mim sempre é difícil escrever sobre um disco de uma banda que eu gosto. Mas, vamos lá, vou dar o meu melhor e vamos ver o que sai além de "Meu, The Doors é muito foda!". 

Assim como o disco do Velvet Underground sobre o qual falei aqui alguns posts atrás, acho que The Doors também surgiu meio que na contramão daquilo que vinha sendo feito na época. 1967 foi o ano do Verão do Amor e do rock psicodélico. The Doors talvez seja, sim, psicodélico. Mas não se parece em nada com os últimos discos que eu ouvi dentro desta vertente. A viagem do Doors não precisa de instrumentos super diferentes, de efeitos sonoros estranhos, de vocalizações. As letras e o vocal de Jim Morrison já são uma viagem por si só, e o teclado de Manzarek, a guitarra de Krieger e a bateria de Densmore são a companhia perfeita pra ele. 

O disco começa com "Break On Through", uma pauleira em que a banda já mostra a que veio. "Soul Kitchen" e "The Crystal Ship", que vem em seguida, são simplesmente incríveis. "Alabama Song" tem uma pegada levemente country deliciosa. "Light My Fire" é aquele clássico que a gente nunca vai cansar de ouvir, eu acho. "Back Door Man" é um blues sensacional. E o disco termina com "The End", que, pra mim, é uma das canções mais fodásticas da história da música.

Como diz a letra de "The End", "get here and we'll do the rest". Ligue o som, e deixe que o som do The Doors te transporte pra um outro mundo. Não precisa beber, não precisa se drogar, é só fechar os olhos e se deixar levar.

Aproveito pra terminar o post com um trechinho do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, que conta com "The End" como trilha sonora. A música perfeita pra cena perfeita. (Não consegui inserir o vídeo na postagem, mas é só clicar aqui pra ver.)

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