Google

sexta-feira, 13 de julho de 2012

It's only rock'n'roll but I like it






É de conhecimento de muitos - pelo menos da grande maioria conectada às redes sociais - que hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. A data surgiu quando Bob Geldof organizou o Live Aid, que tinha como objetivo o fim da fome na Etiópia. Eram dois shows simultâneos, um em Londres e o outro na Filadélfia. Isso foi em 1985.

Mas por que o rock tem um dia só dele? 

Por que não existe dia do jazz, do soul, da música clássica, do country, do axé...?

Elementar, meu caro leitor. Eu sei que os gêneros musicais são muitos, eu sei que novos surgem a cada ano (às vezes nem são tão novos assim, vide o tal "sertanejo universitário" que nada mais é que a música sertaneja com uma roupa mais moderninha, digamos assim). Mas, na boa, nenhum mobiliza tantos fãs como o bom e velho rock'n'roll.

Desde quando surgiu, lá em meados da década de 50, o rock já se reinventou das mais diversas maneiras, e continua se reiventando. Pode ser rockabilly, psicodélico, punk, hard, folk, acid, metal, gospel... e quantos outros mais a criatividade dos músicos permitirem. Consegue pensar em outro gênero musical capaz de ser tão mutante assim? Pois é, eu também não.

É claro que nem todo mundo é fã de rock. Que bom, já que, como dizia Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra". Mas, por mais que você seja fanático por jazz, country, música eletrônica ou qualquer outro gênero musical, em algum momento da sua vida você já curtiu um bom e velho rock'n'roll. Seja quando tocou "We Are The Champions" na sua formatura, ou naquela festa em que você se acabou de dançar ao som daquele famigerado pout pourri do Jive Bunny And The Mastermixers, o rock já esteve presente na sua existência nesse mundo. E isso, amigo, não é pra qualquer um (nossa, que momento Galvão Bueno essa última frase!).

O fato é que vários gêneros musicais vão e vêm, entram e saem de moda, às vezes somem e depois voltam de cara nova, mas o rock... Ah! o rock sempre está presente. E sempre será uma influência para músicos das mais variadas vertentes. Se você duvida, pergunte aos próprios e depois me conte a resposta.

Talvez você discorde de tudo que eu escrevi aqui. Acho válido. Mas se puxar pela memória, se ouvir com atenção as músicas que você curte, vai ver que faz sentido. Seja num riff de guitarra, numa bateria mais pesada, numa regravação... Você vai ver que o rock está lá, mesmo que você não soubesse, ou não tivesse reparado.

Talvez você pense também que esse texto foi motivado pelo meu gosto pessoal. E foi mesmo. Posso dizer que sou uma pessoa desprovida de preconceitos musicais: escuto de Falcão (tenho testemunhas! rs) à AC/DC, passando por Billie Holiday e Abba. Tudo isso faz parte do meu repertório de músicas. Mas parte da minha vida quem faz mesmo é rock. É ele que está comigo quando eu estou feliz, puta da vida, triste, apaixonada ou com vontade de matar alguém. Então, se você acha que este texto é uma declaração de amor ao rock'n'roll, saiba: é mesmo.

É isso.

"Keep on rockin' in the free world!"



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Groovin' | The Young Rascals (1967)



Nos anos 60, Eddie Brigati (vocal), Felix Cavaliere (teclado, vocal), Gene Cornish (guitarra) e Dino Danelli (bateria) formaram a banda The Young Rascals na cidade de Garfield, New Jersey. Nas palavras de Cavaliere, o conceito da banda era o seguinte:

          "A voz do Marvin Gaye, o piano do Ray Charles, o órgão do Jimmy Smith, a produção do Phil Spector e letras como as dos Beatles - junte tudo isso e você vai chegar ao que eu queria fazer."

Foi seguindo esse conceito que os Rascals acabaram por ficar conhecidos como uma banda de blue-eyed soul (algo como "soul de olhos azuis), já que seu som tinha raízes no soul e no R&B. O grupo não levava este título a sério. Gene Cornish disse o seguinte sobre o assunto:

          "O mais legal da música nos anos 60 é que as pessoas estavam descobrindo que a cor não era uma barreira neste negócio. Nós éramos respeitados pelos grupos negros que amávamos tanto quanto nós os respeitávamos."

Groovin' é o terceiro disco da banda, e o último sob o nome de The Young Rascals - a partir de 1968, passaram a se chamar apenas The Rascals. O álbum chegou ao Top 5 da revista Billboard e até hoje é considerado o melhor disco do grupo.


O livro diz que:
O álbum se origina do single homônimo, com sabor de verão, que deu ao grupo seu maior sucesso na Inglaterra (oitavo lugar nas paradas), e encorajou a Atlantic Records a fazer espuma no lançamento do LP. De fato, a faixa-título funciona como um ponto brilhante que cega as demais preciosidades oferecidas no disco.




Concluindo
Olha... Gostei bastante de Groovin'. É um álbum leve, gostosinho de ouvir, recheado de boas performances. O som da banda, embora possa soar despretensioso, não é: eles misturam diversas referências musicais além do R&B e do Soul. 

Em "Girl Like You", os Rascals mergulham de cabeça no soul, que depois aparece numa boa mistura com o rock em "You Better Run". A banda parte pro psicodélico em "Find Somebody" e "Sueño", esta última com uma pegada latina de leve. E o disco ainda conta com uma chanson francesa em "How Can I Be Sure" e até gospel em "A Place In The Sun". Mas a melhor faixa é mesmo "Groovin'", que te transporta imediatamente pra um dia de verão daqueles bem ensolarados, com direito à piscina e mojitos.

Falando assim, pode até parecer que o Groovin' é uma  mistureba sem pé nem cabeça, mas não é bem assim. O disco fica redondinho, e muito bom. Vale a pena ouvir.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Younger Than Yesterday | The Byrds (1967)



(Já aviso: este será um post curto! haha)

Em 1966, Gene Clark, um dos compositores/cantores do The Byrds, deixou a banda. Clark não estava feliz com o fato de o vocal principal dos principais singles e das músicas de Bob Dylan regravadas pelo grupo terem ficado a cargo de Roger McGuinn. Por outro lado, os outros integrantes estavam ressentidos por causa da renda extra que Clark recebia por suas composições. Some-se a isso tudo o medo que Gene tinha de avião, o que fazia com que ele não gostasse de sair em turnês e pronto! Está selado o "divórcio".

Younger Than Yesterday foi o primeiro disco dos Byrds sem Gene Clark, e é o 4o. da banda. Continua com o rock psicodélico do álbum anterior, mas agora também com uma leve influência western. O disco não foi um grande sucesso na época que foi lançado, mas com o tempo, foi caindo no gosto da crítica musical e hoje é considerado o melhor trabalho do grupo.


O livro diz que:
Em retrospectiva, é um dos melhores álbuns dos Byrds - ambiciosamente variado, lindamente executado e contendo alguns de seus trabalhos mais inesquecíveis.




Concluindo
Eu juro que tento ser imparcial, não levar tanto pro lado do meu gosto pessoal, mas não dá: eu definitivamente não gosto dos Byrds. Sabe quando você conhece alguém e o santo não bate? Você tenta se dar bem com a pessoa, mas não rola. É assim a minha relação com a banda do Roger McGuinn e do David Crosby. Eu tento, mas... não desce!

De fato, Younger Than Yesterday é mais maduro que os outros dois discos do Byrds que já tive que ouvir. Mas, ainda assim, para os meus ouvidos, ainda não é legal. Gostei de "Everybody's Been Burned", e só. As outras 10 faixas não me agradaram. Os vocais continuam me irritando, a influência country idem (quem já leu todos os posts desse blog sabe que eu e a música country não somos lá muito amigas). Mas, como gosto é uma coisa de cada um, vai de você ouvir o disco e deixar aqui a sua opinião. Afinal, discussões sadias sobre música serão sempre muito bem vindas neste espaço.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Doors | The Doors (1967)



Em 1965, os estudantes de cinema da UCLA Jim Morrison e Ray Manzarek decidiram formar uma banda. Robby Krieger e John Densmore se uniram a eles, e assim surgiu uma das mais icônicas e lendárias bandas da história do rock'n'roll, The Doors.

Com uma formação incomum para a maioria das bandas de época, sem a presença de um baixista, o grupo começou a tocar em bares como o London Fog e o Whisky A Go Go. Foi neste último que em 1966 a banda foi vista pelo presidente da Elektra Records, Jac Holzman, que estava lá por recomendação de ninguém mais, ninguém menos que Arthur Lee, do Love. Depois que Holzman e o produtor Paul A. Rothchild viram duas apresentações, o Doors assinou com a gravadora em agosto do mesmo ano. O contrato veio em uma ótima hora, já que logo em seguida a banda foi despedida do Whisky A Go Go. O motivo da demissão foi a versão do poema grego Édipo Rei que Morrison incluiu na música "The End", em que dizia: "Father? Yes, son? I want to kill you. Mother? I want to fuck you." (traduzindo em português claro: "Pai? Sim, filho? Eu quero matar você. Mãe? Eu quero comer você".). Este foi apenas o começo da trajetória de polêmicas do The Doors.

Em janeiro de 67, o disco de estreia da banda, The Doors, foi lançado. Fazem parte dele a grande maioria das canções que eram tocadas nas apresentações no London Fog e no Whisky A Go Go, inclusive "The End". "Light My Fire", o segundo single do álbum, foi um hit do verão daquele ano. 

A banda foi ganhando reputação com suas performances controversas. Os integrantes do Doors eram vistos como verdadeiros artistas, e Jim Morrison era a cara do grupo (fato evidenciado, inclusive, na capa do disco, em que Jim aparece em primeiríssimo plano, enquanto Manzarek, Krieger e Densmore estão acanhadinhos lá no fundo). Com suas calças de couro justas, seu carisma e sua presença de palco, Morrison rapidamente foi alçado não apenas ao posto de líder da banda, mas também de sex symbol, algo que viria a incomodá-lo anos mais tarde.

O fato é que The Doors permanece como um dos mais importantes discos de rock da história. Está entre os 200 Álbuns Definitivos do Rock'n'Roll Hall Of Fame e ocupa a 42a posição na lista dos 500 Melhores Discos de Todos Os Tempos da revista Rolling Stone.




O livro diz que:
O The Doors reuniu uma rica variedade de estilos - incluindo rock, blues, jazz e flamenco. A faixa de abertura, "Break On Through", é um apelo apaixonado à geração psicodélica, enquanto a hipnótica "Soul Kitchen" apresenta mudanças sutis na dinâmica da música, o que se tornaria uma característica do grupo. "The Crystal Ship" mostra o lado crooner de Morrison (Sinatra era um de seus ídolos), em contraste com o trabalho fascinante de Manzarek no teclado. De fato, o The Doors estava tão seguro de sua competência musical que as versões de "Alabama Song", de Brecht/Weill, e do blues "Back Door Man" parecem originais.



Concluindo
Um dos primeiros contatos que eu tive com o rock'n'roll foi ouvindo "Break On Through". Eu tinha uns 12 anos, acho, e posso dizer que foi "amor à primeira ouvida". Tive vontade de saber quem era aquele cantor, que banda era aquela, que outras músicas eles faziam. Em meados dos anos 90, não era tão fácil como é hoje encontrar uma música, um disco ou uma foto de alguém, afinal, a internet aqui no Brasil ainda engatinhava. Mas, um belo dia, eis que cai em minhas mãos um CD emprestado da trilha sonora do filme The Doors, do Oliver Stone. E foi então que eu soube que iria gostar de rock pelo resto da vida.

Pra mim sempre é difícil escrever sobre um disco de uma banda que eu gosto. Mas, vamos lá, vou dar o meu melhor e vamos ver o que sai além de "Meu, The Doors é muito foda!". 

Assim como o disco do Velvet Underground sobre o qual falei aqui alguns posts atrás, acho que The Doors também surgiu meio que na contramão daquilo que vinha sendo feito na época. 1967 foi o ano do Verão do Amor e do rock psicodélico. The Doors talvez seja, sim, psicodélico. Mas não se parece em nada com os últimos discos que eu ouvi dentro desta vertente. A viagem do Doors não precisa de instrumentos super diferentes, de efeitos sonoros estranhos, de vocalizações. As letras e o vocal de Jim Morrison já são uma viagem por si só, e o teclado de Manzarek, a guitarra de Krieger e a bateria de Densmore são a companhia perfeita pra ele. 

O disco começa com "Break On Through", uma pauleira em que a banda já mostra a que veio. "Soul Kitchen" e "The Crystal Ship", que vem em seguida, são simplesmente incríveis. "Alabama Song" tem uma pegada levemente country deliciosa. "Light My Fire" é aquele clássico que a gente nunca vai cansar de ouvir, eu acho. "Back Door Man" é um blues sensacional. E o disco termina com "The End", que, pra mim, é uma das canções mais fodásticas da história da música.

Como diz a letra de "The End", "get here and we'll do the rest". Ligue o som, e deixe que o som do The Doors te transporte pra um outro mundo. Não precisa beber, não precisa se drogar, é só fechar os olhos e se deixar levar.

Aproveito pra terminar o post com um trechinho do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, que conta com "The End" como trilha sonora. A música perfeita pra cena perfeita. (Não consegui inserir o vídeo na postagem, mas é só clicar aqui pra ver.)

domingo, 10 de junho de 2012

Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim | Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967)



Em 1963, Tom Jobim procurou um agente em Nova York para reclamar da má qualidade das versões americanas de suas músicas. "Como é que o Frank Sinatra vai gravar as minhas músicas?", questionou Jobim. O agente, com um sorriso debochado nos lábios, apenas respondeu "E quem é que disse que o Frank Sinatra vai gravar as suas músicas?".

Anos depois, Jobim tomava um chopp com amigos em um bar, quando recebeu uma ligação. Do outro lado da linha, Frank Sinatra dizia: "Quero fazer um disco com você e quero saber se você gosta da ideia.". Tom topou na hora.

Já em Los Angeles, Sinatra sugeriu que Tom Jobim tocasse violão para o disco, o que ele aceitou meio a contragosto. Frank propôs também que gravassem alguns clássicos da bossa nova, já que ele tinha "preguiça de ensaiar" e algumas músicas do "Great American Songbook" com um novo arranjo. Assim nasceu Francis Albert Sinatra & Tom Jobim.

O livro diz que:
A onda da bossa nova já tinha passado; o que antes era considerado exótico nas mãos de Stan Getz e (particularmente) na voz de Astrud Gilberto já tinha, havia algum tempo, virado clichê. Mas Sinatra não ligava para modismos; sua única preocupação era a falta de traduções adequadas para as canções de Jobim, daí a presença de três standards da música americana ao lado de sete faixas do brasileiro.




Concluindo
Eu sou suspeitíssima para falar de Frank Sinatra. Adorei a versão "Sinatra na fossa" de In The Wee Small Hours, e o Sinatra feliz de Songs For Swingin' Lovers, então, nem se fala. Em Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim  não poderia ser diferente: adorei o Sinatra bossa nova.

Não sei se é por causa da imagem de conquistador que eu tenho do Ol' Blue Eyes, mas acho que a voz de Sinatra empresta uma certa sensualidade a algumas das canções de Jobim. É bossa nova da boa, mas com um tiquinho assim de cafasjestagem, sabe?

O fato é que a voz de Sinatra casa perfeitamente com as canções de Tom Jobim, o que faz de Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim um disco bom, muito bom. A interpretação da dupla em "The Girl From Ipanema" é simplesmente deliciosa, e ninguém canta "How Insensitive" como Sinatra. Vale a pena ouvir.

The Velvet Underground And Nico | The Velvet Underground (1967)





"O primeiro disco do Velvet Underground vendeu apenas 10.000 cópias, mas todo mundo que comprou quis começar uma banda", é o que Brian Eno disse sobre The Velvet Underground And Nico, disco de estreia da banda nova-iorquina The Velvet Underground.

A banda já vinha tocando no circuito underground de New York quando, em 1965, Andy Warhol se encantou pela banda de vanguarda que fazia um experimental e pouco comercial, e decidiu se tornar empresário do Velvet Underground, fazendo com que o grupo participasse do seu roadshow, Exploding Plastic Inevitable. A reputação de Warhol ajudou o Velvet a ganhar notoriedade, e assim Lou Reed, John Cale & Cia. conseguiram um contrato com a Verve Records.


Andy Warhol e Lou Reed

Há quem diga que Warhol foi uma espécie de "mentor intelectual" do Velvet Underground, mas na verdade a banda já tinha seu som próprio antes da chegada dele. A única imposição de Warhol foi que Nico (sobre quem já falei aqui) fosse a vocalista do grupo em seu disco de estreia, o que acabou sendo acatado, mesmo sob protestos de alguns dos integrantes.

As gravações de The Velvet Underground And Nico aconteceram em 1966, mas o álbum só foi lançado em 1967, com quase um ano de atraso. Os temas controversos das letras - drogas, sexo, sadomasoquismo - fizeram com que o disco fosse banido de muitas lojas, e algumas rádios se recusavam a tocas suas músicas. Além disso, problemas com a imagem da contracapa do álbum, que continha uma imagem do filme Chelsea Girls usada sem autorização fez com que a Verve tivesse que retirar o disco de circulação, o que prejudicou ainda mais as vendas.

Embora o Velvet Underground não tenha sido um sucesso comercial nos anos 60, atualmente é citado por muitos críticos como um dos grupos mais importantes e de maior influência da época. A banda teve um período de atividade curto, de 1964 a 1973, e durante esse tempo alcançou apenas uma fração do reconhecimento público quanto ao mérito criativo que hoje a faz ser citada pela crítica especializada como um dos poucos grupos realmente essenciais da história do rock. O Velvet influenciou os contemporâneos Iggy Pop e David Bowie, além de Joy Division, Jesus and Mary Chain, Radiohead, Nirvana e muitos outros.

The Velvet Underground And Nico ocupa a 13a. posição na lista dos Melhores Discos de Todos os Tempos da revista Rolling Stone e permanece como um dos discos icônicos do rock'n'roll. Nos anos 80, um repórter perguntou a Lou Reed qual era a definição dele sobre o disco de estreia do Velvet Underground. Quando Reed respondeu "é simplesmente o mais importante disco da história do rock", o repórter tentou argumentar e perguntou se este não seria Sgt. Pepper`s, e recebeu a seguinte resposta de Lou:

          "Eu disse o mais importante, e não o que mais vendeu. Se não está convencido, pergunte pra essa nova geração de onde eles tiram esse som."


O livro diz que:
A objetividade com que o disco tratava de sexo e drogas fez com que fosse banido das rádios de Nova York; as estações no resto dos Estados Unidos simplesmente o ignoraram. Os críticos odiaram o álbum e muitos achavam que era apenas um trote elaborado de Warhol (ele é o responsável pela capa que mostra uma simbólica banana pronta pra ser descascada); a revista Rolling Stone sequer resenhou o disco. E praticamente ninguém o comprou na época. Mas, como Brian Eno comentou certa vez, quem o comprou acabou montando uma banda. Grupos New Wave como Joy Division, Talking Heads e Television devem muito ao aguçado minimalismo do Velvet; o rosnar de Lou Reed inspirou um bando de vocalistas punk, enquanto os delírios sonoros do grupo foram revisitados por bandas como The Jesus And Mary Chain, que também roubou do Velvet o visual couro-preto-e-óculos-escuros.




Concluindo
Eu já curtia algumas músicas do Velvet Underground: "I'm Waiting For The Man" e "Sweet Jane" (que vem a ser uma das músicas que eu mais amo nessa vida) eram as mais tocadas da banda na minha playlist. Nunca tinha escutado um álbum inteiro da banda. Acho que agora posso dizer que The Velvet Underground And Nico foi mais que um bom começo.

Digamos que é perfeitamente compreensível o fato de que hoje o álbum é visto por muita gente como um dos mais importantes da história do rock'n'roll. The Velvet Underground And Nico é muito bom! O som cru e selvagem do Velvet é totalmente diferente daquilo que vinha sendo feito na época. "I'm Waiting For The Man" é um ótimo exemplo disso, com guitarras pesadas e um piano sendo esmurrado ao fundo. "Venus In Furs" dispensa comentários, é absolutamente sensacional. "Sunday Morning" é um momento de doçura em meio à selvageria. Até mesmo a Nico, de quem eu não tinha gostado nada em Chelsea Girl, aqui me irritou bem menos, e sua voz grave casa perfeitamente com o som do Velvet em "Femme Fatale".

Enquanto ouvia "Heroin" me lembrei de uma cena do filme Things We Lost In The Fire (que é bem "marromeno" e eu confesso que assisti só por causa do Benicio Del Toro) em que a personagem da Halle Berry pergunta ao personagem do Benicio Del Toro, o ex-viciado Jerry, qual é a sensação que a heroína provoca e ele responde: "já ouviu aquela expressão 'ser beijado por deus'?". Pois bem, acho que era mais ou menos isso que o Lou Reed tinha em mente quando compôs "Heroin". A música é uma incrível ode à heroína, e pra mim é a melhor faixa do disco.

Em 2009, o Beck se juntou com alguns outros músicos e fez uma regravação de The Velvet Underground And Nico para seu projeto, Record Club, que consiste basicamente em chamar uma galera (e por "galera" entenda-se "um bando de músicos talentosos") para regravar um disco inteiro em apenas um dia. Ou seja, mais de 40 anos depois de ser lançado, o álbum de estreia do Velvet Underground continua influenciando muita gente. 

sábado, 9 de junho de 2012

The Who Sell Out | The Who (1967)


Nos anos 60, a grande maioria das emissoras de rádio da Inglaterra eram comandadas pela BBC - British Broadcasting Corporation. Foi então que surgiu a Radio London, uma rádio pirata com escritórios no West End e que transmitia a partir de um barco que circulava ora no Tâmisa, ora no Mar do Norte, fora da jurisdição da BBC. A rádio acabou se tornando a maior divulgadora das bandas inglesas, e há quem acredite que sem ela o rock britânico não existiria.

Foi na Radio London que o The Who se inspirou para criar The Who Sell Out, seu terceiro disco. A banda já vinha de algumas experimentações com a música psicodélica, e resolveu fazer um álbum mais conceitual, intercalando canções não relacionadas com anúncios falsos e jingles, para que o ouvinte realmente pudesse ter a sensação de escutar uma transmissão da rádio pirata..

Embora tenha sido ofuscado pelo sucesso de Tommy, disco seguinte do The Who, The Who Sell Out permanece como um dos discos favoritos dos fãs da banda, e ocupa o 113o. lugar na lista dos Melhores Discos de Todos os Tempos da revista Rolling Stone.


Contracapa de The Who Sell Out


O livro diz que:
The Who Sell Out apresenta uma leitura satírica da relação entre música e propaganda. Townshend concebeu o álbum como uma transmissão de uma falsa rádio pirata, intercalando as faixas de músicas com comerciais fictícios. Esses jingles ainda mantêm seu apelo, embora o tempo tenha passado antes que a ideia pudesse ser totalmente compreendida.




Concluindo
Acho que a genialidade de The Who Sell Out já começa na capa do disco, uma sátira genial a comerciais da época (e que rendeu processos à banda, assim como alguns dos jingles inseridos no disco, que foram usados sem autorização dos autores). O The Who já vinha gravando alguns comerciais, e acho que mais do que criticar de maneira divertida a sociedade cada vez mais consumista da época, a banda soube rir de si mesma.

O disco começa com a sensacional "Armenina City In The Sky", e termina com a miniópera "Rael", que abriria o caminho para Tommy. Entre uma e outra, estão as excelentes "Mary With The Shaky Hand", permeada por referências latinas, "Our Love Was" e "I Can See For Miles", na minha opinião a melhor faixa do disco, e um dos maiores sucessos da banda.

The Who Sell Out realmente soa como uma transmissão de rádio: são músicas completamente desconexas, unidas por jingles ou spots engraçadinhos. O bom humor e a espontaneidade da banda são o forte do disco, o que faz com que ele seja um disco leve, gostoso de se ouvir.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

The Piper At The Gates Of Dawn | Pink Floyd (1967)



O Pink Floyd surgiu no início dos anos 60, da união dos estudantes de Arte e Arquitetura de Cambridge Syd Barrett, Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright. Os rapazes se tornaram populares tocando no circuito underground de Londres, até que em 1967 assinaram com a gravadora EMI e lançaram dois bem sucedidos singles, "Arnold Layne" e "See Emily Play".

The Piper At The Gates Of Dawn é o primeiro disco da banda. Foi muito bem recebido pela crítica da época, e chegou à 6a. posição na lista dos discos mais vendidos do Reino Unido (nos EUA não foi tão bem). É o único disco do Pink Floyd sob a liderança de Syd Barrett e até hoje é considerado um ótimo exemplo da música psicodélica britânica. É tido também como o "melhor álbum de estreia" por muitos críticos.

O livro diz que:
O sucesso do álbum se deve à habilidade da banda em equilibrar a exploração sonora de seus shows ao vivo e a técnica de composição por trás de hits como "Arnold Layne" e "See Emily Play". Ninguém escrevia canções psicodélicas melhor do que Syd Barrett.




Concluindo
Olha... Não vou mentir pra você: eu tenho uma preguiça danada de Pink Floyd. Eu até curto algumas músicas (as mesmas que quase todo mundo curte, que vêm a ser as mais famosas deles, diga-se de passagem), mas pra mim chega uma hora em que os caras começam a viajar demais e chega a ficar difícil me concentrar e prestar atenção no que está acontecendo no disco. Foi exatamente isso que aconteceu em The Piper At The Gates Of Dawn.

Veja bem: não é que eu não goste da banda, ou que tenha achado o disco ruim. Eu acho que o Pink Floyd vai muito além do psicodélico. É um disco surreal, conceitual, eu diria. Não é psicodelia gratuita. As músicas são boas, os músicos são bons. Só que chega uma hora em que eu realmente me perco e não consigo mais prestar atenção nas músicas. Vai ver era exatamente este o objetivo de Syd Barrett: fazer com que o ouvinte se perca, mergulhe na viagem dele, sei lá.


P.S.: Enquanto pesquisava sobre o disco e banda, achei um link para a página de The Piper At The Gates Of Dawn na Desciclopédia. É simplesmente genial! Leia aqui e divirta-se!

Disraeli Gears | Cream (1967)



Em 1966, Eric Clapton já tinha a reputação de melhor guitarrista de blues do Reino Unido. Foi nessa época, após suas experiências com o John Mayall`s Bluesbreakers e os Yardbirds, que Clapton e o baterista Ginger Baker, então líder da Graham Bond Organisation - que contava com Jack Bruce no baixo -, se encontraram. Ambos já estavam bem impressionados com as habilidades um do outro, o que fez com que Baker convidasse Clapton para se juntar à sua nova banda, ainda sem nome. Clapton aceitou imediatamente, desde que Jack Bruce fosse o baixista do grupo. Assim surgiu o Cream.

Com seu som que misturava blues, hard rock e rock psicodélico, e a perfeita combinação da técnica apurada de Clapton na guitarra com a voz poderosa e o baixo intenso de Bruce e a influência do Jazz na bateria de Baker, o Cream causou, juntamente com The Jimi Hendrix Experience, um forte impacto na música da época.

Gravado em maio de 1967 em New York, Disraeli Gears é o segundo disco do Cream, e foi visto por muitos como um esforço rumo à definição do estilo da banda, com a mistura bem sucedida do blues americano com o rock psicodélico britânico. Apesar de ser considerado um dos melhores discos do grupo, nunca foi tocado por muito tempo nos sets ao vivo.

O livro diz que:
A simbólica colagem fluorescente da capa do disco era o acompanhamento perfeito para a enxurrada de música de vanguarda ali contida, a começar pela dispersa e memorável "Strange Brew", na qual os gemidos fantasmagóricos de Bruce se sobrepõem com etérea economia ao estilo convulsivo, quase funk, de Clapton na guitarra. E fica cada vez melhor: "Sunshine Of Your Love" (que, ao lado de "White Room", é a canção mais conhecida do Cream) serviu de inspiração para uma torrente de guitarra ao vivo despejada pelo único sério rival contemporâneo de Clapton, Jimi Hendrix.




Concluindo
Puta que pariu! Como esse disco é foda!

Perdoem o meu francês, mas é a frase que estou repetindo mentalmente sem parar pela última uma hora. Sabe aquele disco que é bom de cabo a rabo, que não tem nenhuma faixa "mais ou menos", quem dirá ruim? Disraeli Gears é assim.

Pra começo de conversa, faz parte deste álbum "Sunshine Of Your Love", na minha humilde opinião uma das músicas mais fodásticas já feitas. Acontece que o disco tem outras 10 faixas tão boas quanto esta. Sentiu o drama?

"Outside Woman Blues" é um blues com pegada hard rock absurdamente bom. "Strange Brew" e "Take It Back" também são blues daqueles pra ninguém botar defeito, esta última inclusive com direito a gaita. Em "Swalbr" a banda bota um pé no soul e o resultado é simplesmente magnífico. A cantiga "Mother's Lament" encerra o disco de um jeito leve e divertido, depois dos outros 10 verdadeiros petardos.

Apesar de Clapton ser o deus da guitarra, os outros integrantes não ficam atrás. A guitarra incrível de Clapton, a bateria forte de Baker e o baixo denso de Bruce (que também é um puta de um cantor) se completam, criando um equilíbrio perfeito entre os músicos, o que definitivamente contribui pra que o álbum seja tão bom.

Para terminar esse post, o que eu digo a você, caro leitor, é o seguinte: ouça Disraeli Gears. Ouça uma, duas, dez vezes! Eu tenho certeza que você não vai se arrepender, e que a frase que abriu essa conclusão vai ecoar na sua mente como está ecoando na minha até agora.

Forever Changes | Love (1967)



Depois do lançamento de Da Capo, em 1967, o Love passava por uma fase ruim, apesar de ser a banda mais festejada de Los Angeles depois dos Byrds. A banda estava separada, os integrantes enfrentavam problemas com drogas. Arthur Lee explicou a crise da seguinte maneira:

          "Nós tínhamos o costume de trabalhar toda a noite. Depois que começamos a ganhar dinheiro, paramos de produzir. Quanto mais dinheiro entrava, menos produzíamos e isso deteriorou o Love. Cada um queria seu carro, sua casa e não precisavam mais de mim, que escrevia 90% das canções".

Foi neste contexto que o produtor Bruce Botnick decidiu reunir a banda e chamar alguns dos melhores músicos de estúdio que estavam disponíveis na época. Em três horas, duas canções foram gravadas, e no decorrer das sessões, o grupo foi crescendo, deixando os problemas de lado e passou a trabalhar novamente como uma banda.

Assim surgiu Forever Changes, terceiro disco do Love. Não foi um sucesso de vendas nos EUA, mas ganhou reconhecimento através dos anos, e hoje é tido como um dos melhores álbuns da história do rock.


O livro diz que:
A gravação do disco levou quatro meses, mas os resultados foram inéditos. Acid rock não era pra ser tocado com violão e orquestra sinfônica - ou era? Muito inovador para o gosto da Costa Oeste, o LP não conseguiu sequer alcançar o desempenho modesto dos dois discos anteriores da banda nas paradas dos Estados Unidos; na Inglaterra, porém, o álbum lembrava o jeito brincalhão e interiorano dos Beatles, Small Faces e Donovan (embora um ouvido mais atento pudesse identificar o turbilhão dentro da banda e da própria Los Angeles no Verão do Amor) e entrou para os Top 30. A essa altura, no entanto, a banda estava desmoronando e nunca recuperou sua força.




Concluindo
O Love faz o folk e o acid rock dialogarem muito bem com a música clássica e também com a música mexicana. O disco começa com "Alone Again Or", com uma pegada latina forte (melhor faixa do disco, na minha opinião). "The Red Telephone" conta com um arranjo de cordas bem bacana. As faixas vão se alternando entre baladas como "Andmoreagain" e um rock mais pesado, como em "Live And Let Live", mas sem a esquizofrenia psicodélica sem pé nem cabeça do disco anterior.

Forever Changes é um disco bom, muito bom. Ainda mais considerando o momento que a banda vivia. Felizmente, a crise não afetou a criatividade de Arthur Lee & Cia..


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Goodbye And Hello | Tim Buckley (1967)



Timothy Charles Buckley III aprendeu sozinho a cantar e a tocar banjo. Na adolescência, formou uma banda com os amigos do colégio, com quem começou a se apresentar em bares da região onde morava. Um belo dia, foi visto pelo empresário de Frank Zappa. E assim começava a promissora carreira de Tim Buckley.

Em 1966 estreou em gravações, com o disco predominantemente folk Tim Buckley. Com o passar do tempo, Buckley mudou consideravelmente seu estilo, e incorporou jazz, psicodelia, funk e soul à sua música.

Goodbye And Hello é seu segundo álbum. Conta com uma mistura de poesia e música com variações de timing, e foi tido como ambicioso para um garoto de 20 anos. Embora tenha recebido ótimas críticas, o disco não foi bem nas vendas e não passou do 171o lugar na parada americana.


O livro diz que:
Influenciado por Sgt. Pepper, dos Beatles, Goodbye And Hello é uma obra-prima do barroco psicodélico. Uma atmosfera densa e explosiva permeia "No Man Can Find The War", uma crônica da Guerra do Vietnã que faz parte do grupo de cinco músicas escritas em parceria com Larry Beckett, seu colega de escola. A bruxuleante "Hallucinations" e a circense "Carnival Song" evocam o passado, enquanto a faixa-título flutua entre duas melodias contrastantes e tem um quê de medieval.




Concluindo
Volte ao começo deste post e veja a foto da capa do disco. Veja também a foto acima. Agora me diga se Tim Buckley, em 1967, não tinha total cara de menino? Sim, menino no sentido de novinho mesmo. Nada mais normal, já que ele tinha então apenas 20 anos.

Acontece que ouvindo Goodbye And Hello sem saber quem é o homem por trás do disco, eu sou capaz de apostar que você jamais imaginaria que o tal Tim Buckley é o garoto dessas fotos. Porque, sinceramente, a primeira coisa que me veio a cabeça quando descobri que ele tinha apenas vinte aninhos quando esse álbum foi lançado foi: "Mas esse disco é muito maduro pra um garoto dessa idade!". E é mesmo!

Goodbye And Hello é um disco denso e intenso. De uma musicalidade incrível, Buckley incorpora o trovadorismo ao folk. Dizem que ele até tentava realmente soar como um trovador quando gravou suas primeiras músicas em 1966, e eu acho que ele foi bem sucedido na missão. O estilo de compor e cantar de Buckley é forte, impactante, toca fundo mesmo (sem trocadilhos infames, por favor!).

Poderia escrever aqui um pouquinho sobre cada uma das faixas, visto que todas são ótimas. Mas a que mais mexeu comigo foi, sem sombra de dúvida, "I Never Asked To Be Your Mountain". Buckley fez essa música com a esposa, Mary, e o filho, Jeff (Sim, Jeff Buckley, o próprio!) em mente. Ele andava meio afastado dos dois na época, e a música é uma espécie de justificativa para o seu comportamento. E a maneira como ele se justifica, como tenta se explicar e, de uma certa forma, até pedir perdão, é absurdamente comovente. E linda. Linda, linda, linda.

Goodbye And Hello é mais uma das boas surpresas que este desafio me trouxe. Com certeza vou procurar mais discos do Tim Buckley pra ouvir. Uma pena que uma overdose o tenha levado tão cedo, aos 28 anos, em 1975.


Um novo companheiro de aventuras



Não, não estou falando de Toddynho (essa só quem viveu no Brasil dos anos 80/90 vai entender, mas tudo bem). 

Quando comecei a escrever este blog, em outubro do ano passado (nossa, já faz tanto tempo assim?!), ouvia os discos e escrevia os posts em um notebook Dell datado de 2008. O coitadinho já estava dando muitos sinais de idade e cansaço: o cooler não servia mais pra nada a não ser fazer um barulho absurdamente irritante e a HD de 120GB (pra época em que ele foi comprado, isso era bastante espaço! rs) estava completamente lotada, o que dificultava bastante meu trabalho.

Pois bem. Adquiri um computador novo, e confesso que a vida ficou um tanto mais fácil com ele. Pude colocar de volta na HD (Agora de 640GB! \o/) vários discos que já tinha ouvido e tive que deletar do Dell vermelhinho. E ontem, ouvindo algumas músicas sobre as quais já tinha escrito aqui, deu vontade de retomar esse trabalho. A saudade já vinha batendo na minha porta faz um tempinho, mas eu realmente estava esperando pelo laptop novo pra poder voltar com força total.

A ideia é escrever pelo menos umas 3x por semana, e não só sobre os 1001 Discos Pra Ouvir Antes de Morrer, mas também sobre música em geral. Por exemplo: fiquei com uma vontade danada de escrever sobre o Tributo À Legião Urbana com o Wagner Moura, e talvez ainda faça um post sobre o assunto. Quero retomar também os Top Five (na verdade só fiz um até hoje, mas tudo bem). 

Enfim... Vamos movimentar isso aqui!

sábado, 14 de abril de 2012

Mil e Um por aí



O Mil e Um não se resume apenas a este blog, não, querido leitor!

Curta a página do Mil e Um no Facebook pra ficar sempre por dentro do que está acontecendo por aqui. E no mural do blog no Pinterest, você pode ver todas as capas dos discos que já apareceram por aqui, além de fotos e vídeos das bandas.

Clica lá!!

Headquarters | The Monkees (1967)



"Procura-se quatro loucos entre 17 e 21 anos". Em 1965, produtores da NBC procuravam por músicos para um novo seriado, de onde surgiria uma banda que pudesse bater de frente com os Beatles. Quatrocentos e trinta e sete rapazes apareceram para os testes, e destes foram escolhidos apenas quatro: Mike Nesmith - um excelente compositor ligado ao country e à música folk -, o multi-instrumentista Peter Tork, Micky Dolenz, ex-astro mirim de uma série de TV e Davy Jones - que passou por todos os testes, apesar de já ter sido contratado antes pelo estúdio. Assim começa a trajetória do The Monkees.

Inicialmente, os quatro rapazes da NBC gravavam apenas como cantores, acompanhados de músicos de estúdio contratados pela gravadora. Acontece que em 1967 a banda, cansada de tanto controle, resolveu dar seu grito de liberdade e bateram o pé para que pudessem gravar um álbum autoral, com total liberdade de criação e onde pudessem atuar também como músicos. É nesse contexto que surge Headquarters, o terceiro disco dos Monkees.

O livro diz que:
Headquarters vendeu bem e, ao que parece, provou que a banda estava certa. Mas, a esta altura, discussões do tipo "são ou não são" não importavam mais. Autômatos ou autônomos, os Monkees eram um grande grupo com grandes músicas.





Concluindo
Os Monkees queriam provar para os hippies que zombavam deles na época que não eram marionetes, mas sim uma banda de rock. Acho que conseguiram.

Não acho que o disco se destaque tanto assim entre tudo aquilo que vinha sendo feito em termos de música na época. Não chega a ser uma grande novidade, não é recheado de experimentações com ritmos e instrumentos. É um disco pop, simples, e talvez por isso seja tão bacana e tenha dado tão certo. Num tempo em que tanta gente buscava a inovação, manter a simplicidade foi o grande diferencial dos meninos da NBC.

Gostei bastante da faixa de abertura do disco, "You Told Me". "For Pete's Sake" e "No Time" também são muito boas, mas o destaque do disco, pra mim, fica por conta de "Randy Scouse Git", música que fecha muito bem o álbum brincando com variações rítmicas. É, sem dúvida, a melhor faixa do disco.

Headquarters não faz dos Monkees verdadeiros gênios, mas mostra que os caras eram de fato músicos legítimos, com tanto cérebro, alma e coração quanto qualquer outra banda por aí.