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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Blonde on Blonde | Bob Dylan (1966)



(Não, a foto acima não está assim porque eu achei uma imagem ruim no Google. A capa do disco é assim fora de foco mesmo)

Bom, vou contar pra vocês como foi a primeira vez que eu ouvi falar de Blonde On Blonde:




Siiiiim! Foi por causa de um dos meus all-time-favorite-movies que eu descobri que existia um disco do Bob Dylan chamado Blonde On Blonde e que - pelo jeito que o Barry (Jack Black) fala dele - ele tem uma grande importância na história da música.

Pois bem. Ontem ouvi Blonde On Blonde pela primeira vez. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que eu já tinha ouvido a primeira faixa do disco antes mesmo de sequer saber quem era Bob Dylan (eu tinha uns 11 anos, estava começando a aprender que Xuxa não era música. Dá um desconto, vai?). A música é "Rainy Day Woman #12 & 35", que faz parte do álbum duplo da trilha sonora do filme Forrest Gump. Foi a primeira música do Dylan que eu ouvi na vida.

Bem, reminiscências à parte, vamos ao que interessa.

Blonde On Blonde é o primeiro álbum duplo da história do rock'n'roll, e o sétimo de estúdio de Bob Dylan. Completa a trilogia de discos de rock que Dylan lançou entre 1965 e 1966 (os outros dois são Bringing It All Back Home e Highway 61 Revisited) e marca uma época em que ele consegue fortificar seu estilo de letras surreais, com uma pegada blues mais forte.

O disco foi gravado quase que completamente em Nashville, após algumas sessões em Nova York que não renderam o que Dylan esperava. Em 1966, Nashville ainda era uma cidade de compositores, bem old school, naquele velho estilo Tin Pan Alley, onde as pessoas escreviam músicas para que outros gravassem. Acontece que os músicos da cidade eram tão talentosos que davam a Dylan a possibilidade de alcançar sons e ideias que só existiam em sua cabeça. Assim, ele os desafiou a segui-lo, sem se importar com o caminho. O resultado é o disco que, segundo o próprio Dylan, mais se aproxima do som que ele ouvia quando imaginava as músicas que compunha. Além disso, Nashville deixou de ser apenas uma cidade de compositores e passou a ser o destino de músicos que gravavam seu próprio material, como Leonard Cohen e Neil Young, entre outros. Por conta disso, Blonde On Blonde ficou conhecido como "o disco que mudou Nashville".

Blonde On Blonde é considerado até hoje, 45 anos depois de seu lançamento, um dos discos mais influentes da história da música, e ocupa a nona posição na lista dos 500 Melhores Discos de Todos os Tempos da revista Rolling Stone.


O livro diz que:
O blues selvagem de Blonde On Blonde dá ao disco um tom de conversa de fim de noite, reflexão e desespero. O rock'n'roll pulsante de faixas como "I Want You" se transforma, de repente, em tristes baladas como "Visions Of Johanna", ou na tocante melancolia de "Just Like A Woman", enquanto a música que encerra o disco, "Sad Eyed Lady Of The Lowlands", é um manifesto dos sem-amor.




Concluindo
Olha... Eu comecei a preparar este post ontem. Estou ouvindo o disco pela segunda vez enquanto escrevo, e ainda não me sinto pronta pra escrever sobre ele. Os Beatles e o Dylan fazem isso comigo. Aconteceu com Pet Sounds também. Rola um bloqueio, não sei. Mas eu tenho que escrever, então, vamos lá.

Em Blonde On Blonde, Dylan está mais rock'n'roll que nos dois discos anteriores, e isso fica nítido em "I Want You", "Obviously  5 Believers" e "Stuck Inside Of Mobile With The Memphis Blues Again". Mesmo nas baladas "Visions of Johanna" e "Just Like a Woman" (clássicão!!!!), ele não deixa o rock de lado. O folk volta em "Sad Eyed Lady Of The Lowlands", que fecha o disco primorosamente. Além disso tudo, Dylan ainda mostra sua faceta bluesman - que ainda não havia aparecido, pelo menos não nos discos que tive que ouvir pro blog - nas sensacionais "Pledging My Time" e "Leopard-Skin Pill-Box Hat". Ou seja: o cara mantém suas raízes folk, evolui no rock, manda ver no blues, faz baladas lindas, lança o primeiro disco duplo da história do rock'n'roll e ainda muda a cena musical de uma cidade. Alguém aí ainda duvida do quanto o Bob Dylan é - com o perdão da palavra, mas definitivamente não há outra - foda?

A cada disco do Dylan que eu ouço, eu passo a entender mais um pouquinho porque ele tem tanta importância na história da música, porque tanta gente é influenciada por ele até hoje. Já falei isso antes, mas é impressionante como ele consegue se superar a cada álbum. Este é o 64° disco que estou ouvindo, e dentre todos que ouvi até agora, acho que só os Beatles tem essa mesma capacidade de evoluir muito a cada álbum. Não é que a cada novo lançamento ele se reinvente totalmente, mas a maneira como ele se apropria de outros elementos e ritmos e incorpora ao folk - que é de onde ele veio, afinal - é realmente admirável. 

Blonde On Blonde é uma joia. É um daqueles discos pra ouvir e degustar cada acorde, cada verso. E ouvir de novo, e de novo, e de novo... Como todos os outros discos do Dylan que ouvi desde que este desafio começou. Quanto mais ouço Bob Dylan, mais fã do cara eu fico. Fato.





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