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sábado, 5 de novembro de 2011

Getz/Gilberto | Stan Getz And João Gilberto (1963)



Tenho quase certeza que mesmo quem não gosta de bossa nova já ouviu uma música desse disco. Quer apostar?



Bom, quem não for noveleiro, talvez nunca tenha ouvido mesmo nenhuma música deste disco. Mas, ó... devia, viu (ok, ok, a parte das opiniões é mais pra frente, eu sei!)?

Sobre o Stan Getz, já falei aqui. Em 1963, depois do sucesso de Jazz Samba, Getz se reuniu com João Gilberto para gravar Getz/Gilberto. João Gilberto todo mundo sabe quem é, certo? Mais que aquele senhor que canta sempre de terno, com um banquinho e um violão, e que não gosta de celular, cochichos e ar condicionado, ele é "apenas" o pai da bossa nova. Afinal, dizem por aí que foi ele quem inventou a mistura do ritmo sincopado da percussão do samba numa forma simplificada e ao mesmo tempo sofisticada, que pode ser tocada no violão, com a técnica de cantar em um tom uniforme.

O disco conta ainda com a participação de Tom Jobim, não só como compositor da maioria das canções do álbum, mas também tocando piano, e de Astrud Gilberto, mulher de João Gilberto que, até a gravação deste disco, nunca havia cantado profissionalmente.

O livro diz que:
Stan Getz era o único gringo em Getz/Gilberto, acompanhado ao piano por Jobim (que tinha também tocado violão com Getz) e na bateria pelo brasileiro Milton Banana. Mas a verdadeira estrela era o violonista e cantor João Gilberto, o irritadiço purista da bossa nova que, com seu vocal monótono e hesitante e suaves batidas de violão, havia criado o gênero.


João Gilberto, Tom Jobim e Stan Getz

Concluindo
Lembram que lá em cima eu disse que todo mundo deveria ouvir pelo menos "Corcovado (Quiet Night Of Quiet Stars)"? Então, já deu pra ter uma ideia da minha opinião sobre Getz/Gilberto.

Getz, João Gilberto, Jobim e Banana dialogam com verdadeira perfeição. Ainda que não seja apenas "um banquinho e um violão", é a boa e velha bossa nova que nós conhecemos, tão brasileira, tão nossa; não existe aqui a tentativa de que ela seja algo que ela não é, que se transforme em uma vertente nova de jazz.  Mesmo o sax de Getz ganha uma certa "carioquice" e soa leve. Impossível não falar também da voz doce e quase infantil de Astrud Gilberto, que aparece "The Girl From Ipanema" e "Corcovado (Quiet Night Of Quiet Stars)".

Apesar de o grande sucesso do disco ter sido "The Girl From Ipanema", pra mim os destaques ficam por conta de "Doralice" - com toda a malemolência baiana de Caymmi muito bem traduzida por Gilberto, Getz e cia. - e a belíssima "Pra Machucar Meu Coração", de Ary Barroso. 

Termino este post com "The Girl From Ipanema" e uma vontade enorme de sentar numa mesinha à beira-mar e tomar um chopp, assistindo o sol se pôr.





Faltam 478 dias.
Faltam 960 discos.

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