Talvez você pense que não conhece Miriam Makeba. Mas é bem provável que essa música você já tenha escutado:
A sul-africana Miriam Makeba, também conhecida como Mama África, além de cantora foi também uma ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid. Começou sua carreira nos anos 50, interpretando uma mistura de blues com ritmos tradicionais em grupos vocais na África do Sul. Embora vendesse muitos discos, recebia muito pouco, o que fez com que tivesse vontade de emigrar para os Estados Unidos, onde poderia atuar profissionalmente como cantora. Em 1960, participou do documentário Come Back, Africa, e compareceu à apresentação do mesmo no Festival de Veneza. A recepção calorosa que teve na Europa e as péssimas condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que ela decidisse não regressar ao país. Miriam foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, que acabou se tornando o grande responsável pela entrada de Makeba no mercado americano.
Neste mesmo ano foi lançado Miriam Makeba, seu disco de estreia. Miriam Makeba foi a primeira artista a popularizar a música africana pelo mundo.
O livro diz que:
Respaldado na calorosa recepção que ela teve quando se apresentou no Village Vanguard, em Nova York, Miriam Makeba apresenta a cantora de 28 anos confiante em sua entrada no palco mundial. Aos ouvidos ocidentais, muito da magia do álbum está nos timbres "exóticos" de seus "estalos" na língua xhosa em belezas afro-pop como "The Click Song" e na melodia alegre de "Mbube" (com a participação do The Chad Mitchell Trio). A revista Time logo se interessou por esse casamento de ritmos autênticos africanos com o pop ocidental, saudando Makeba como "o mais excitante talento de cantora que surgiu em muitos anos". Mas o álbum não conseguiu traduzir o aplauso da crítica em vendas e a gravadora desistiu de renovar seu contrato. Na verdade, poemas pop ("The Naughty Little Flea") e clássicos do folk ("House Of The Rising Sun") foram feitos sob medida para virar um sucesso sem fronteiras, mas baladas nativas como "Umhome" eram muito africanas para ser plenamente apreciadas pelo grande público.
Concluindo
Até hoje eu só conhecia a Miriam Makeba de "Pata Pata". Que delícia descobrir a Makeba que canta jazz em "Where Does It Lead", ou a Makeba espirituosa de "The Naughty Flea"! Agora, eu gostei mesmo é da Miriam Makeba que compôs e canta lindamente "Umhome" e "Nomeva" em xhosa. Não posso deixar de comentar aqui sobre a divertida "One More Dance", em que ela divide os vocais com um Charles Coleman, que mais ri do que canta.
Miriam Makeba é dona de uma voz poderosíssima. Não consigo imaginar algo que não case com essa voz. Seja nas músicas africanas, seja naquelas em que o jazz predomina, tudo que ela canta soa lindo.
Termino o post com a canção "Mbube" pra você escutar e ver se algo lhe soa familiar (mas tem que ouvir a música toda, só um pedacinho não vai adiantar):
Faltam 488 dias.
Faltam 975 discos.
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