Google

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Time Out | The Dave Brubeck Quartet (1959)



Você pode até pensar que não conhece The Dave Brubeck Quartet, mas tenho quase certeza que já ouviu a música "Take Five" em algum comercial ou programa de televisão.





O quarteto formado em 1951 por Dave Brubeck ganhou notoriedade tocando em universidades, lançando uma série de álbuns com títulos como Jazz Goes To College e Jazz Goes To Junior College. Depois de trocar inúmeras vezes de baixista e baterista, em 1958 o quarteto assumiu sua formação clássica: Brubeck no piano, Paul Desmond no saxofone, Joe Morello na bateria e Eugene Wright no baixo. No ano seguinte, em uma antiga igreja transformada em estúdio pela Columbia, gravaram Time Out.

Composto apenas por músicas originais, com a particularidade de nenhuma delas ser marcada pela métrica habitual, o disco quase não foi lançado. Todos os executivos da Columbia torceram o nariz, salvo pelo presidente da gravadora, Goddard Lieberson (manda quem pode, obedece quem tem juízo! Rá!). Dave Brubeck disse o seguinte sobre o episódio:

          "Quebrei três leis da Columbia. Todas as sete faixas eram composições originais, quando a gravadora gostava de entremear com standards. Queriam também músicas que fizessem as pessoas dançarem e eu lhes dei todos aqueles compassos esquisitos. Colocaram uma pintura na capa do LP, coisa que nunca se fazia com um disco de jazz. Obviamente, a companhia não queria lançar o álbum".

Apesar de não ter sido um sucesso de crítica na época, o som inovador de Time Out teve ótimas vendas e recebeu disco de platina.

O livro diz que:
Na faixa "Take Five", concebida previamente no compasso 5/4, pouco apropriado ao swing, o pianista se mantém num improviso percussivo permanente, enquanto o sax alto de Paul Desmond navega em uma linha sinuosa. Muitas vezes, Brubeck não é a estrela do trabalho. Poucos se lembram que Desmond - que, com seu estilo seco, teve um papel importante no sucesso do quarteto - é o autor deste inesquecível hit. Da mesma forma, é fundamental a bateria segura de Joe Morello e a solidez do baixo de Eugene Wright, que transformaram um material difícil como "Blue Rondo À La Turk", no compasso 9/8, e "Three To Get Ready", que oscila entre 3/4 e 4/4, em uma matéria-prima fundamental do jazz. É bom lembrar que, nessa época, John Coltrane, Cecil Taylor e Ornette Coleman estavam abrindo os caminhos do free jazz.




Concluindo
Imagine Mozart tocando jazz. Tenho certeza que o resultado seria bem parecido - senão igual - a "Blue Rondo À La Turk". Embora seja um disco de jazz, senti bastante uma certa influência da música erudita em Time Out. Além de "Blue Rondo À La Turk", ela também aparece em "Three To Get Ready".

O jazz de Brubeck e seu quarteto é fantástico. São quatro excelentes músicos, mas, acho que mais que o piano de Dave, é o sax de Paul Desmond que faz a diferença. Depois de ouvir tantos discos de jazz nos últimos dias, ficou claro pra mim o quanto os "compassos esquisitos" de Dave Burbeck são inovadores. "Take Five" é uma daquelas músicas pra deixar no repeat até cansar; não é à toa que já foi trilha sonora de tanta coisa.

Enfim, se tivesse que resumir Time Out em apenas uma palavra, pode ter certeza que seria genial.



Faltam 489 dias.
Faltam 978 discos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário