Palo Congo | Sabu (1957)

Cubop. Já ouviu falar? Sim, eu sei, o nome soa bem esquisito.

Cubop nada mais é que uma mistura de ritmos afro-cubanos com as harmonias e o timbre típicos do Bebop, o que levou ao surgimento do Latin Jazz. Surgiu nos anos 40 com Dizzy Gillepsie, Mario Bauza e Stan Kenton. Apesar do nome, o Cubop se desenvolveu muito mais nos Estados Unidos que em Cuba, já que os músicos cubanos excursionavam por New Orleans e outras cidades (vale lembrar aqui que estamos falando dos tempos anteriores à Revolução de Fidel e Che, ok?).

Sabu Martinez foi um dos precursores do Cubop, já nos anos 50. Depois de trabalhar com Gillepsie, Charlie Parker, Duke Ellington, Count Basie e outros, formou seu próprio quinteto em 1957, com quem gravou Palo Congo, seu primeiro álbum.

O livro diz que:

A gravação, coordenada pelo engenheiro de som Rudy Van Gelder, capta a fúria da rumba cubana e estilos afins. Martinez convidou uma banda que incluía a tres (uma guitarra cubana com três cordas duplas) do produtivo Arsenio Rodriguez, um pilar da salsa moderna, e Ray Romero, que havia tocado com Miguelito Valdes. Os músicos, na maioria oriundos da banda de Rodriguez, interagem com Sabu numa calorosa gravação analógica, sem distorções. Apesar de ser mono, é tão bem equilibrada que permite se ouvir individualmente a percussão, as vozes e o baixo acústico.

Sabu Martinez

Concluindo

O disco alterna a latinidade da rumba cubana com ritmos mais africanos. A malemolência latina aparece em "Choferito-Plena", por exemplo, enquanto que em "Simba" basta fechar os olhos para se imaginar na África. Os tambores de Sabu são de uma força impressionante! Ainda assim, a tres de Arsenio Rodriguez (que se autoproclama o verdadeiro criador do Mambo), os vocais e os outros instrumentos não passam despercebidos, como o próprio livro diz. 

Eu confesso: tive vontade de sair dançando pela sala de casa quando ouvi "El Cumbanchero" e "Rhapsodia Del Maravilloso". Fico imaginando o impacto da música de Sabu nos conservadores ouvidos americanos dos anos 50. De qualquer forma, pra quem curte percussão e música latina, Palo Congo é um prato cheio!

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