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domingo, 23 de outubro de 2011

Sarah Vaughan At Mr. Kelly's | Sarah Vaughan (1958)



Eu confesso: apesar de gostar bastante de jazz, eu nunca tinha ouvido nada da Sarah Vaughan. Sim, eu sei, é um verdadeiro crime isso, eu concordo. Graças ao desafio dos 1001 discos, acabei de me redimir. Sorte a minha. Mesmo.

Filha de um carpinteiro e de uma lavadeira, foi aluna da Newark Arts High School. Porém, quando suas aventuras como cantora começaram a se sobrepor aos estudos, Vaughan abandonou a escola para se dedicar mais à música. Nesta mesma época, ela e seus amigos atravessavam o Rio Hudson para ouvir as big bands que tocavam no Apollo Theater, no Harlem, em New York. Foi lá, no Apollo, que Sarah venceu um concurso para amadores e foi contratada em 1943 para abrir o show de Ella Fitzgerald. Começava assim seu caminho rumo ao estrelato.

Vaughan é famosa por sua voz de tonalidade grave, seu grande controle do vibrato e sua enorme versatilidade. Embora seja considerada uma cantora de jazz, ela evitava classificar-se como tal. Sassy, como ficou conhecida, dizia o seguinte:

          " Não sei porque me chamam de cantora de jazz, embora eu ache que as pessoas me associam ao jazz porque é nele que eu fui criada, lá no início. Não estou desmerecendo o jazz, mas não sou uma cantora de jazz. Betty Bebop é uma cantora de jazz, porque isso é tudo que ela faz. Eu já fui chamada até de cantora de blues. Já gravei todos os tipos de música, mas (para eles) eu sou ou uma cantora de jazz, ou uma cantora de blues. Eu não posso cantar um blues - só um blues, puro e simples - mas eu posso colocar o blues em qualquer coisa que eu cantar. Eu posso cantar "Send In The Clowns" e colocar um pouquinho de blues nela, ou em qualquer outra canção. O que eu quero fazer, em termos de música, é qualquer tipo de música que eu goste, e eu gosto de todos os tipos de música."

O livro diz que:
O CD Sarah Vaughan At Mr. Kelly's, lançado em 1991 pela EmArcy, justifica plenamente as reedições. Contém o dobro de músicas do original. Vaughan está inefável em "September In The Rain" e sensual em "Honeysuckle Rose". Quando esquece a letra em "How High The Moon", tem presença de espírito e oferece alguns improvisos em homenagem a Ella Fitzgerald.




Concluindo
Por que mesmo eu nunca havia escutado nada da Sarah Vaughan? Que voz linda! Linda, linda, linda... posso ficar aqui até amanhã repetindo isso, e ainda não será suficiente.

Em Sarah Vaughan At Mr. Kelly's, Sassy está bem relaxada, eu diria. Ela ri, brinca com o público quando esquece um pedacinho da letra em "Willow Weep For Me". Sua voz vai do humor à melancolia sem esforço, naturalmente, conforme as músicas exigem. Ela tem um senso de ritmo absurdo! Faz uma deliciosa interpretação de "Just a Gigolo", mas o destaque pra mim fica por conta da lindíssima "Dream" e de "I Cover The Waterfront", em que Sarah usa e abusa da sua capacidade vocal, fechando o disco com chave de ouro.



Faltam 491 dias.
Faltam 983 discos.

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